Aniversário de The Burns

Há um ano, eu estava conversando com minha prima –oi, Debora! – e disse: “aaah, eu penso em fazer uma comunidade, sabe? E postar The Burns.”

Ela disse: “E por que não faz?”

“Eu tenho vergonha.”

“Deixa de ser fresca, faz isso logo, guria”.

Isso foi num domingo. Na terça-feira, eram duas da tarde ou um pouco mais, eu criei a comunidade The Burns.

Passei o dia divulgando entre as comunidades que eu conhecia - Traduções, Digitalizações, comunidades de séries e tantas outras...

Atrapalhei muitos tópicos. Morri de vergonha.

Postei os dois primeiros capítulos de The Burns – o livro não levava o nome de Chamas de Sangue ainda. Recebi o primeiro comentário. Chorei.

Em uma semana, já tínhamos alcançado os 100 membros.

Eu não conseguia mais me conter.

Minha vida mudou naquela tarde de terça-feira.

The Burns deixou de ser O Livro De Vampiros Que Ninguém Sabe Que Eu Escrevo, para O Que Eu Faço O Dia Todo E O Que Eu Quero Fazer Para Sempre.

Em um mês de comunidade, já tinha feito amigos, Graci Borges que se tornou uma companheira para a vida toda e tantas outras pessoas que apareceram no início e, com as quais, nunca mais falei.

Sinto falta delas.

The Burns não parou de crescer. Chegamos aos mil comentários. Aos dois mil. Chegamos aos 500 membros.

E Chamas de Sangue já tinha um nome, eu estava nos capítulos finais.

Começaram-se os apelidos dos membros mais queridos e presentes, nossa moderadora Edna Martins– EMB – os criava e eles pegaram.

Fui chamada de MEMP* e nunca me senti tão feliz.

Com a pressão de terminar o primeiro livro, tive um bloqueio. Nada do que eu escrevia era bom, nada do que fazia eu gostava, o livro não acabava.

Resolvi, com muita tristeza, viajar e me afastar das minhas burnicats e burniboys.

Chegou novembro, que seria o mês mais feliz da minha vida.

Eu finalizei Chamas de Sangue, consegui escrever a palavra “fim” e me orgulhar do que tinha feito.

Uma Editora *imagine aqui uma borboleta* nova apareceu. Quis The Burns. Todos nós surtamos. Eu disse sim, mil vezes sim.

Chamas de Sangue seria publicado em fevereiro.

Todo mundo ficou louco, pulando de felicidade, eu mal cabia em mim.

Um clã que nos parecia inofensivo, se tornou um clã inimigo. Burnicats começaram a ser ofendidas, nossa comunidade começou a ser vaiada, meu Orkut foi ameaçado de ser hackeado.  The Burns foi chamado de “pornográfico” e eu de Loira Burra.

Ofensas descabidas, mas que doeram. Sabe por quê? Porque quem falava não tinha lido, quem falava não me conhecia.

Quase não aguentei a pressão. Era meu momento de felicidade, mas não conseguia estar completamente feliz. Todo dia aparecia algo novo para me deprimir. Querer me jogar para baixo.

Foram meses conturbados, novembro e dezembro.

Janeiro. Faltava tão pouco. Chamas de Sangue já tinha sido registrado, já estava na Editora... faltava um mês para tê-los nas nossas mãos quentes.

Foi quando o pesadelo começou. O verdadeiro.

Lançamento adiado. Contrato que nunca aparecia. Eu que me desesperava tendo que repassar desculpas que me pareciam muito infundadas.  Passagens compradas pela minha mãe e parentes que nunca foram usadas. Família me pressionando, querendo o livro. Amigos pedindo, perguntando quando eu voltava pra casa. Com que cara eu voltaria para a minha cidade de mãos vazias?!

Tudo que me diziam era: espera, seu livro não é único. Como boa moça, como sempre fui, me sentava e fazia exatamente isso.

Março.  Lançamento que nunca aconteceu. Lançamentos.

Um baque para os fãs de Burns: eu me desliguei da Editora. Me desliguei e ainda machucada. Me atiraram pedras, vidros, facas.

Desisti de um sonho. Eu estava quebrada. Foi como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado à força, ferida à carne-viva... que ardia, ardia e ardia cada vez que alguém falava algo.

Abril. Todos os dias eram cinza, nada mais tinha sabor, meus livros abandonados.. nada mais tinha graça no mundo, a não ser vocês, burnicats e burniboys. Vocês disseram que tudo iria dar certo. Que o mundo ainda podia ser bom, que meus dias ainda poderiam brilhar em azul.

Vocês me levantaram.

Mando Chamas de Sangue para algumas Editoras.

Maio. Chamas de Sangue é aceito na Editora Literata.

Eu queria pular quando telefonaram para minha mãe, eu queria chorar, eu queria me jogar nos braços dos meus queridos fãs e contar, mas eu não podia.

Eu estava traumatizada. Marcada. Machucada.

Pesquisei a Editora, com medo de levar outro golpe no meu coração, no meu sonho.

Estudei o contrato. Com advogado. Com pais. Com amigos.

Eu assinei.

Eu contei para vocês. A Editora Literata existe. E nosso sonho vai ser realizado.

Pedidos de desculpas foram feitos e aceitos. O mundo deu sua volta e todos saíram arranhados ou cortados no fim.

Estava na nossa hora de triunfar. Crescer. Gritar ao mundo que nosso sonho ainda não tinha acabado. Não seria algo que não existe que nos derrubaria.

Eu e muitos autores ainda estamos machucados, mas renascidos. Estamos levantando.

Será difícil ver o mundo da mesma maneira de agora em diante, mas eu tenho que agradecer aos céus por ter vocês ao meu lado. Seria tudo mais difícil sem vocês.

Chegamos aos 10mil comentários.

Estamos em junho. Sei que em breve Chamas de Sangue será lançado – de verdade dessa vez – e nossa meta será cumprida, nosso desejo realizado e todos nós poderemos sorrir de novo.

Um ano. Foi isso que aconteceu em um ano.

Meu mundo girou – e ainda gira – apenas ao redor de The Burns. E eu amo isso. Gira ao redor de vocês.

Eu, Marcia Luisa, não sei o que faria sem vocês. Eu cresci nesse ano, o que não tinha crescido em dezoito e devo isso a vocês.

Simplesmente a vocês.

Hoje não é apenas a comemoração de um ano de uma comunidade. Não, é bem mais que isso.

É meu renascimento, onde renasço forte, adulta e sem medo da vida. Eu tenho vocês, pra que ter medo? Tenho o apoio, o carinho, e tenho... vocês.

Vou por aqui o link direto para  TODOS os membros, mesmo que alguns sejam espiões, estejam na comunidade apenas por estar, mesmo que nem saibam o que The Burns é. Mas eu os coloco aqui.

São pessoas, que sem saberem, são importantes pra mim.

Obrigada vezes 869.

E um abraço bem apertado em:GAL

EMB

JADE

FEM

MARS

BB

BURNIPAT.

Vocês me fazem sorrir.

FELIZ ANIVERSÁRIO COMUNIDADE THE BURNS.

Parabéns pra gente.

Com carinho, amor e sorrisão,

MEMP.

*Marcia, Escritora Maquiavélica Preferida